Declarações de guerra e declarações de amor.

1. Tristeza de outros carnavais


Na minha mocidade

não tem carnaval.

Fantasias e lágrimas

se misturam numa folia só.


A dor que sinto se estampa

no céu nublado,

Ameaça mas não tarda

na calada da noite ela vem.


Meu grito de desespero

roubou o silêncio do olimpo.

Meus versos entristeceram

os deuses.


Tudo que eu fui e sou

é uma questão de tempo,

amanheceu outra vez,

mais uma vez.





2.


Minha poesia é poesia de guerra.

Versos de trincheira

com declarações explícitas de amor.





3. Ressaca sentimental.


Me apaixonei por você e isso é desesperador. Fui deixando de ser eu mesmo para não sentir dor. Minha cabeça parou no tempo, bem no dia em que te conheci, um sentimento nostálgico me invade e me leva de volta para o passado, sobrevivo como posso. Quando respiro fundo sinto o peso do mundo no peito, me isolo por não suportar ver as pessoas lá fora, tão vivas e sorrindo quando eu mesmo não consigo. Sentirá a minha falta como eu sinto a sua? de tantas voltas que a vida dá em nenhuma delas eu vou te encontrar? Os dias continuam passando. Espelho? Desconheço. 





4. Vinte e quatro invernos


Talvez eu não seja bom o suficiente.

A essa altura já não sei quais as palavras,

Haverá tempo ainda de sermos nós?

Se não for você, então quem será?


Tenho medo do seu escuro

se for demorar 

deixa a luz acesa,

Por favor.


Não é difícil encontrar alguém melhor 

do que fomos um para o outro,

Mas confesso...

o nosso jeito desajustado é único.


Pode ser que você venha nessa ou

na outra semana,

Apenas quero ver o nascer do sol

antes do nosso outro caos existencial.





5.


SP

das melancolias

a minha favorita.





4.


Quero arrancar sua roupa

tão rápido quanto tiro sua paciência.

Vem cá, cola comigo.

Te proponho tesão, prazer e fuga.





5. 


Kafka à beira-amar

o amor como metamorfose.

Kafka foi acusado

queimado em praça pública.

Sem dizer uma só palavra, 

tornou-se imortal.

Tiranos vem e vão.

Kafka resiste. 





6.


Agora somos nós, dessa vez, a sós.

Te tenho bem aqui na palma das mãos.

Amo você e isso me assusta cada vez

que você chega mais perto.


Observo cada passo em falso

Conheço teus sinais.

Não me entristeça, oh não...

Por que você tem que ser tão idiota?


Amor, eles falam de forma tão clichê

em cada carta que eu jogar

irei apostar tudo em você

e qualquer coisa eu dobro.


De noite talvez a insônia venha

Ser ou não ser é só teatro,

Na minha dramaturgia

você é o meu maior espetáculo.





7. Auto estima


Se Deus existisse

ele seria ateu.





8. 


Tudo que escrevo você despreza

não é capaz de me compreender.

Liberdade talvez te assuste,

Ser livre é apenas um conceito abstrato.


Sorria,

eu sou os prédios antigos do centro

que insistem em declarar guerra 

aos dias monótonos que não tem fim.

(Não me rendi ao que aí está posto)


Sou um sentimento nostálgico 

do que seríamos se não fossemos,

Te proponho fuga, dois passaportes falsos

- Exílio político sentimental.


Guilhotina a todos os burocratas

que não tiram da vida mais do que ela é,

Guilhotina a todos os covardes

que não se permitiram morrer de amor.


Á todos os poetas, guilhotina!

Não há crime mais caro do que 

vender a possibilidade de sonhar.

Uma vez espalhada a praga

É tarde demais para voltar.





9. Nouvelle Vague SP


Posso até sentir algo ao te ver

e sei que começa assim

aleatoriamente tornando-se o

centro das minhas atenções.

Mas nem pense que dessa vez

irei deixar você entrar,

Há jeitos e jeitos de se foder

mas acho charmoso o nosso

jeito de destruirmos tudo

em meros segundos de nós.

Pelos cantos da cidade

há sempre um tanto

de tudo aquilo que poderíamos

ter sido.

Se ao menos soubesse 

a falta que me faz

já seria um começo.

Só pra saber

te fiz esse poema.





10.


Tão machista

quanto

qualquer 

romancista.




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