Crônicas do 011: "Ana Cristina Cesar".

 

Ana Cristina Cesar

Que horas eram quando ela foi embora? Não sei. Uma psicografia talvez esclareça os mistérios que rondam os corações atormentados. Um motivo ou razão me soa algo tão absurdo, aqui o tempo não tem misericórdia, quando você está triste ele passa lentamente, quando você está feliz ele se esfarela como uma areia numa ampulheta. Agora é tarde e o presente se tornou memórias distantes. Envelhecemos, vivemos e morremos nessa cidade. Que das nossas almas brotem pistas sobre os relatos da existência caótica. Somos mártires a serviço dos olhos daqueles que não puderem ver, daqueles que não puderem sentir ou se admirar com a vida além do que ela é. Tenho ciúmes desses seus versos que você faz tão distraída, e das coisas que diz quando eu mesmo não sei o que dizer. Sou escuridão, dias de chuva e dias de sol, o vento que invadiu sua janela foi desleal, mas de ti nasceram flores em jardins que teus próprios olhos não puderam ver, não há mal nenhum em morrer de amor. Tragédia é não morrer de amor. Te amo, Ana. Assim como amo suas páginas em branco deixadas pelo caminho. 


V.H.V


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